sexta-feira, 18 de março de 2011

descalços na areia




O cheiro de café moído e torrado se misturava com os condimentos acondicionados na parte traseira do carro. Travesseiros, roupas e brinquedos tomavam um lugar privilegiado na bagagem, eram colocados na parte de cima do bagageiro e vinham esvoaçando a viagem toda.
Tatá e eu ficávamos no banco de trás, espremidos entre utensílios trazidos de última hora, mas tudo era motivo para alegria porque estaríamos no lugar que mais amávamos: a casa da praia.
O dia da chegada era divertido.Corria pela casa abrindo as portas e armários bisbilhotando todos os cantos,quem sabe meus primos que tinham estado por lá uns dias antes tinham esquecido algo interessante?
Colocava a rede no terraço e sentada balançando, esperava a mama e papa terminarem a arrumação.
A noite depois de um rápido e improvisado jantar,saiamos para passear na rua que fronteava a praia.
O cheiro de maresia, os parques com luzes, o algodão doce, a areia entrando nos pés, o calor,as músicas da época, davam as boas vindas e nós forasteiros, ávidos por um pouco de sol e mar ,com muita alegria agradecíamos .
Memórias que me trazem ainda o aroma de tanta coisa boa, principalmente o bálsamo da infância.
Assim principiavam nossas férias.
Uns dias de sol outros de chuva, mas quem ligava?Sempre encontrávamos nossos amigos e criávamos brincadeiras loucas que nos tiravam das paredes da casa e nos transportavam para um mundo fantasioso.
Que infãncia gostosa poder viver sem grandes ambições,apenas uma única: brincar descalços na areia.

Um comentário:

  1. Quando euvejo um carrinho de pipocas, um de algodão doce eu logo vou e compro sabe porque? Porque estou comendo lembranças, risos,e participando de um filme em minha cabeça o filme da infância que não volta mais....

    Saudades da Ju de trancinhas...sempre só com seus pensamentos

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