quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Até que...




Um dia serei somente uma fotografia. Num papel preto e branco, com um sorriso forçado estampado num rosto pálido, colado num quadrado de vidro, para enfeitar um móvel qualquer sem graça, escondido num canto da sala cheio de pó... Ou então na parede crua e fria de uma lápide num jazigo abandonado
Estarei nos livros jogados num lixão da vida, nas cartas queimadas numa bacia embebida, nos sapatos doados para um asilo falido, nas roupas dobradas deixadas na esquina.
Nas pegadas apagadas que a chuva lavou, na casa rosada que mudou de cor, na musica que não finda  e fala de amor.
Estarei presente nas mais estranhas nuances da vida.Até que tudo o que tive, conheci ou vivi deixe  de modo pleno de existir .






Nenhum comentário:

Postar um comentário