terça-feira, 23 de março de 2010

fluxo da vida


Impossivel frear esse fluxo de vida que trespassa meu corpo e me envolve como um vento ciclónico em volta de uma vegetação arbórea, fazendo balançar todos os galhos e folhas e quando parte deixa seu rastro no caminho...A vida corre assim... Tenho momentos que me extasiam, quero me soltar dos limites do corpo, como se por segundos eu vislumbrasse o céu e todos os mistérios que ele guarda e soubesse que não preciso prantear  o sofrimento, porque ele é um passageiro do tempo terrestre, não se conduz para o caminho rutilante. Nesses momentos careço de força para permanecer na vida e consigo tocar o chão, não com os pés, mas com as moléculas da minha alma, que mesmo não pertencendo a esse mundo se liberta e vem me acompanhar, e tudo fica muito leve, entendível, lógico e plausível.

Já acordei de madrugada para escutar música e dançar sozinha em meu quarto. Já subi em árvores e telhados para olhar de cima o chão, empinei pipas coloridas para poder tocar o céu, visitei túmulos para reverenciar os mortos e já me encontrei enterrada lutando para sobreviver.

Sai do meu corpo para olhar o mundo e senti a umidade da madrugada, deslizei pelas ruas sem deixar pegadas, absorvi a energia que circunda cada ser, vi a áurea dos homens, me afligi com a dúvida, mas tive certeza que os momentos eternos, serão incrivelmente belos.
E assim como aprendi nos livros dos homens sábios,transformei o ódio em entendimento, a aflição em esperança, a raiva em compreensão e a dor em saudade.

Como uma fumaça desvanecendo, vejo nossas almas fluindo dos corpos ainda quentes, encontrando o conforto do aprisco que nos espera.
Ultrapassar, transladar e finalmente pousar...




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