Família

Estávamos preparando um lanche para a noite.

A árvore estava pronta, com luzes e enfeites.

Pela primeira vez tínhamos comprado uma árvore de verdade. Um pinheiro que exalava um cheiro típico de natal.

Ela estava ocupando a parte central da sala de visitas e sua iluminação era a única em todo o ambiente.

Sentei-me na cadeira de balanço bem próxima dos galhos enfeitados com meu pequeno Rusty  no colo .Não resisti ,comecei a cantar os hinos de natal que mais gostava ,enquanto o balanço da cadeira adormecia o bebe.

Nesse momento me senti um pouco Maria.

Da cozinha, o papai que preparava o alimento, veio me acompanhar na cantoria e juntos   criamos um dueto.

Logo as crianças que ainda estavam correndo pela casa, foram chegando, nos olhando e ficando.Rodrigo,Rafael,Renato, Ricardo e Silvinha,um de cada vez.

Ainda vejo suas carinhas. O brilho das luzes da árvore refletindo em seus rostos suados,os olhinhos brilhando e em silencio agachados em nossa volta .

Não precisamos pela primeira vez pedir que ficassem quietos, foi tudo tão natural.

Cantamos todas as músicas que conhecíamos, e repetimos algumas a pedido das crianças que continuavam sentadas e provavelmente sonhando com o natal.

Tenho essa cena como uma preciosidade que guardo em minhas memórias familiares. Foi quando me senti no céu, e queria perpetuar essa emoção para sempre.

Nada nesta vida se compara a felicidade de se ter uma família.

Que maravilha saber que cada um  tem o dom de criar sua própria.