A chuva

Os pingos da chuva não pararam. Acordei varias vezes e adormeci embalada pelos seus ritmos.

O aconchego da cama quente, os lençóis branquinhos, os travesseiros fofos a luz de fora que transpassava a abertura da porta, fazia do momento uma cena que gostaria de perpetuar.

Para que levantar?Sair na chuva, molhar os pés, sentir a umidade do ar lá fora, ficar em filas, respingar em calhas, escutar buzinas, gente falando se aqui dentro é tão seguro e cômodo?

É preciso iniciar meu dia, muita coragem para tirar o corpo da cama.

Aquelas cenas de famílias arrumadas, com cabelos engomados, roupas coloridas, maquiadas pela manhã, são atitudes impensáveis para meu cotidiano.

Uma das coisas que mais gosto de fazer ,é ao acordar, seguir diretamente à cozinha e preparar meu café. Mas tem que ser de pijama, descabelada, de chinelos atoalhados só com o gosto da pasta de dente e frescor do rosto lavado com sabonete. Me delicio com o coador passando o café a moda antiga, o pão tirado do forno quentinho, a manteiga e geléia.

Posso ficar horas sentada ali, pensando e repensando a vida.

Os bons momentos da vida! São tão simples como acordar e tomar um café de maneira espetacular.

Vou sair na chuva, vou me molhar, mas depois quando voltar,vou tomar um banho quente, me agasalhar, colocar um pijama limpo e aproveitar a tarde  lendo meu livro.

Coisa melhor?Não tem nada melhor do que voltar para casa.

Bom dia!