domingo, 8 de setembro de 2013

Na praia



Eles formavam uma turma. Não precisavam de mais ninguém para se sentirem felizes e alegres. Costumávamos ir à praia e levávamos baldes e colheres de areia para que pudessem se divertir por um longo tempo. Sempre trazíamos biscoitos e refrescos de casa, porque não tínhamos dinheiro para comprar lanches e derivados e eles nunca questionaram ou choraram,aceitavam o que lhes ofertávamos com agrado e saboreavam como manjar. Mal sentávamos em nossa barraca e começavam a aparecer crianças por todos os lados. Elas chegavam caladas e ficavam olhando para minha turminha que já estava fazendo castelos e brigando pelo domínio dele e nem percebiam que logo ali, se aboletavam aos poucos crianças das redondezas.Elas já vinham equipadas com suas pás e baldes e no menor sorriso que eu dava, já perguntavam:_posso brincar também?
Felizmente eram bem recebidas pelos meus filhos que tinham a certeza de que quanto mais,melhor
Depois de uma hora, parecia um jardim da infância fazendo piquenique
Eles gritavam, sorriam,pegavam água no mar, corriam com suas perninhas curtas e rápidas num indo e vindo sem cansar, afinal estavam construindo um castelo de greatel ,com rampa,lago, monstros e tudo mais que a imaginação deles deixava brotar.Ninguém queria sair dali.
As mães vinham buscar e eles relutantes se agarravam nos outros e a choradeira começava e o som,só terminava quando entravam no carro e a porta era fechada e de longe eu via suas carinhas triste,com a boca aberta em choro compulsivo.
Éramos um oásis na areia seca e isso acontecia cada dia de praia.
Tenho saudades dos gritos de felicidade dos meus filhos, das carinhas cheia de areia, dos cabelinhos grudados pelo suor do “trabalho”. Saudades de sentir toda aquela felicidade que me parecia absoluta e que nunca passaria...Assim como a areia que escorre pelos dedos, eles passaram por mim.Ficaram as lembranças,as graças,as vozes e o imenso amor que sinto por cada um deles.





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