Recostada na cadeira de balanço, onde aninhou seus pequenos, passava os olhos pela sala e deixava as recordações tomarem vida, forma e sons.
Sua filha com a mamadeira nas mãos pedia por mais leite, seus meninos com fraldas molhadas, queriam ser trocados e estavam famintos.
Como acordar agora, ter animo para levantar, preparar o café se não há mais ninguém na casa?As pequenas vozes, os ruídos infantis e joviais foram embora com o último casamento, deixando a casa vazia, fria desaquecida.
Lá fora, o vento bate nas finas fatias de pedras penduradas na varanda e aquele som familiar de boas vindas lhe faz companhia.
Precisa levantar, acordar e seguir.
Precisa levantar, acordar e seguir.
A casa permanece arrumada e limpa desde a semana passada.O jardim tão bem cuidado com a sobra de tempo.Os quartos com camas espetacularmente esticadas,almofadadas intocáveis.
Permanecem as energias das lutas com travesseiros,as músicas cantadas antes de dormir,os pesadelos as expectativa das festas.
Permanecem as energias das lutas com travesseiros,as músicas cantadas antes de dormir,os pesadelos as expectativa das festas.
Ninguém para ir buscar nas saídas das escolas e festanças.
Reuniões de pais, roupas passadas, almoço na hora, noites de insônia, passaram como um vento. Foi veloz e deixou um rastro de carinho e dedicação.
Reuniões de pais, roupas passadas, almoço na hora, noites de insônia, passaram como um vento. Foi veloz e deixou um rastro de carinho e dedicação.
Mas ainda precisa arregaçar da cadeira para começar seu dia.
O telefone toca com insistência.
Deparada com esse intruso,levanta com mal humor e vai preguiçosamente atender.
Um convite!
Seus amigos combinaram uma travessia turística e a querem por perto.
Deparada com esse intruso,levanta com mal humor e vai preguiçosamente atender.
Um convite!
Seus amigos combinaram uma travessia turística e a querem por perto.
Olhou dos lados e sentiu uma liberdade infinita para fazer o que queria. Engoliu a vontade de chorar que já se acumulava na garganta e respondeu com uma pergunta:"A que horas vamos"?
E abriu uma nova porta. Aquela que estivera trancada por esses longos anos.
Soltou as mãos do velho e pesado baú e segurou com força a alça de uma discreta mala de viagem,com todas experiências acumuladas, prontas para serem versadas com arte.
Entrou naquele carro com a certeza absoluta da inexistência de um retorno. Colocou um sorriso no rosto e seguiu para uma nova viagem.

Pra onde vc foi Evinha??? rsss
ResponderExcluirlindo texto.... vou te ligar....
Complexo do ninho vazio.... é bom pra alçar voos em montanhas novas e paisagens verdes com céu azul!
bjooo ih acho que fiz um comentario sem pé né? to sem dormir .... bjo
Se viu que falo de vc no dia do amigo?
ResponderExcluirEvinha querida, que lindo, eu entendi direitinho, ehehe, me identifiquei no texto, reconheci a ambivalência da vida, aproveite nessa viagem, hehe, bjos querida, um final de semana maravilhoso.
ResponderExcluirQuerida evinha.Também já sentimos esse vazio da voada dos filhotes.Ainda bem que mantivemos a amizade.Agora podemos usufruir da convivência dos amigos.Assim como você e nós aqui.Grande final de semana para todos.Bjos
ResponderExcluirEva
ResponderExcluirEu tive isso e te digo é muito ruim, me derrubou no chão. Os psicológos e médicos costumam dizer que é a "síndrome do ninho vazio" De uma certa forma a expressão está corretíssima! Precisamos prosseguir e encontrar graça, alegria, compromisso e felicidade em outras coisas e pessoaos. Bjkas com carinho!
Que bom poder trocar experiências com todos vcs e saber que alguns já passaram pelo mesmo dilema e se sairam muito bem.Obrigada Lena,Evinha,Juliana,Roberto,C.,Bom domingo para todos nós....beijokas
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