sexta-feira, 22 de junho de 2012

o vestido do dia





Abri meu guarda-roupa e olhei para os vestidos que estavam pendurados em seus distintos cabides .Tirei com cuidado o vestido florido, decotado, com babados, cheio de flores e cores. Entrei dentro dele,rodopiei,dancei, sapateei, me olhei no espelho e percebi que ele não era o vestido do dia.
Coloquei-o de volta com cuidado para que pudesse ser usado no seu devido tempo.
Dando uma olhada mais atenta, tirei lá de dentro um vestido vermelho. Corte reto, um rasgo até os joelhos, um pouco de brilho nos ombros, algumas plumas e paetês abaixo do decote. Para combinar, usei meias e salto alto e assim dei um giro pelo quarto. Rebolei, fiz pose e entendi que esse não era o vestido do dia.
De volta ao armário, tirei de lá do fundo, um acanhado vestido rosa, com alças de perolas, busto bordado e um grande laço na cintura. Entrei nele com dificuldade. Calcei os sapatos brancos e desfilei pelo quarto. Senti uma enorme alegria, uma vontade de sonhar, mas esse também não era o vestido do dia, talvez nunca mais o fosse. Com dor no coração, guardei-o no velho baú.
Na parte escura do armário, em um cabide coberto por um saco de pano, estava ele. Aquele que eu pensei e desejei nunca usar. Um vestido de linho preto, sem pregas ou enfeites, sem graça sem vida. Ele me vestiu, se apoderou de mim. Andou pelo quarto, saiu pela casa.
Tentei despir, rasgar, esmigalhar aquela escuridão, mas sua energia parecia ter um poder sobre mim e não consegui. Aquele era o vestido do dia. Ninguém poderia vesti-lo por mim.
Dormi com ele por dias. Por dias ele se fez presente.
Essa noite longa que não queria amanhecer.
O tempo passou, e o vestido branco chegou.
Brilhoso, iluminado com cedas e fitas, brocados e bordados.
A princesa apareceu, com seus cabelos presos em flores e cristais e um véu de tule lilás.
Finalmente o dia amanheceu.Tirei o vestido pesado e o coloquei de volta no armário.
Tornei a abrir o velho e rangente baú ,tirei o vestido rosa,coloquei os sapatos brancos e saí com o vestido dos meus dias

6 comentários:

  1. Oi amiga, adorei demais, fiquei pensando no bau da minha mãe e dos vestidos dela que eu experimentava, eram tão lindos, eu queria ter o vestido da semana, minha fase é mais longa, as vezes tenho vontade de repetir a roupa como não é possivel, elejo uma cor eheh, mania minha, deve ser o astral que escolho vestir e dura uma semana certinho, eheh, amo seus escritos, viajo e fica dificil voltar de tão bom que é, obrigada pela visitinha, hoje eu pensei em ti, pela manhã, arrumei minha cozinha do jeito que amei e pensei nas suas palavras de um comentário que seria bom tomar um cafezinho ali, pois bem, o cafezinho estava otimo e ofereci prá vc, ehe, linda semana prá ti!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. AHHHHHHHH que delicia...já imagino...suas colagens deixaram o lugar apetitoso.....como ficou??/vai postar????adoro mudanças.estou fazendo pequenas por aqui assim sempre tenho algo novo para sentir e vibrar.Obrigada pela visita e pelo gostoso comentário...beijokas pra vc

      Excluir
  2. Oi Cris.obrigada pela visitinha e pelo sempre carinho....nada mesmo como vestir um tubinho rosa ne?????um abração para vc e até....

    ResponderExcluir
  3. REVISTA DO CINEMA MACHADENSE (1911-2005)

    Quando criança eu costumava a ouvir meu pai contando os momentos marcantes de sua infância. Numa dessas ocasiões, ele citou o nome de uma antiga sala de projeção da cidade, o Cine Limeira.
    Somando meu interesse por filmes antigos comecei a questioná-lo a respeito deste prédio, e de quais filmes foram exibidos na época. Ele citou também figuras populares da cidade como Walter Mattos Reis, Itamar Branquinho, Dona Enerstina, Seo Onofre (Bar 46), José Carlos (o Ximite), Simão Bacha, Seo Oliveira, Garibaldi Aquino, entre outros.
    Desde então, a idéia de resgatar a História do cinema de Machado tornou-se o meu maior objetivo...
    Finalmente, em 2005, consegui publicá-la sob o título: Revista do Cinema Machandense (1911-2005). O lançamento ocorreu no Cine ArtCafé com cobertura da TV ALTEROSA (SBT).
    Foram ao todo mil exemplares; uma boa parte vendida e outros enviados para diretores de cinema, teatro e televisão; além de bibliotecas de São Paulo, Minas, Rio de Janeiro e Argentina.
    Se você quiser ter essa revista em arquivo Word gratuitamente, basta informar um e-mail.
    Peço àquele que se interessar, por favor divulgá-la entre seus amigos.

    GRANDE ABRAÇO

    Carlos Roberto de Souza
    (poeta/editor)
    machadocultural@gmail.com

    Veja neste link o lançamento da Revista do Cinema Machadense
    ( I published a magazine about our local cinema history. It was released in 2005).
    http://www.youtube.com/watch?v=msoR2iUr-8M

    ResponderExcluir
  4. Que conto lindo! Amei, amei muito! E vc escreveu de uma forma que pude visualizar cada vestido! Show, parabéns! ;)
    Beijo, beijo!
    She

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. She...quanto tempo...quase não visito mais ninguém e vc veio ao meu blog...obrigada pelo carinho....tentando encontrar tempo para postar e continuar a participar dessa blogosfera tão linda....beijokas para vc e até breve...

      Excluir