sexta-feira, 17 de junho de 2011

Como uma Dionea...






Depois de uma noite inteira pelejando pelo cobertor que insistia em sair dos meus pés, deixando–os duros como pedra e, sem coragem de levantar para procurar as meias que se soltaram durante meus embates noturnos, enquanto protagonizava uma super mulher nos meus sonhos,sentia como se tivesse engolido uma criptonita verde .
Amanheci como uma planta carnívora. Olhei no espelho e vi uma genuína Dionea muscipula.Fui tomar banho para lavar toda aquela azedura grudada em mim.
A água gelada demorou em aquecer e em pingos ralos foram acertando partes do meu corpo.Um pouco no rosto e um pouco nas costas.E assim fui dançando sob a água, conforme meu corpo esfriava Ensaboei os cabelos para perfumar o fétido espiritual que começava a tomar forma, quando o disjuntor caiu e a água gelou.Não tinha força para gritar e pedir ajuda,mesmo porque não tinha ninguém em casa naquele momento.Sem alternativa,me enrolei ensaboada na toalha ,que exposta na porta do Box,estava úmida e fria, gelando o que já estava enregelado.
Para ligar a eletricidade, teria que sair no quintal para ativar novamente o disjuntor que desligara automaticamente. Com um vento frio batendo em todas as partes do meu corpo, corri até a caixa e acionei-o novamente.Entrei na água quente com a boca roxa e pensei que nunca mais iria descongelar.
Um banho rápido para não cair outra vez.
Botei a água no fogo para ferver (faço café a moda antiga) e verifiquei que o pó de café não era suficiente. Não existe nada mais louco do que não ter café pela manhã.
Coloquei água quente com mais um pouco de pó de café, na borra da noite anterior... Da forma como eu estava humorada, tive que segurar os “dentes” da minha plantinha. Pior era ficar sem o pretinho. (não sei não)
Meus espinhos estavam me sufocando. Logo eu que sempre acordo como uma margarida, rosa ou lírio da paz.
Entrei numa fila enorme para pagar as contas e depois de esperar um longo tempo, soube que não aceitavam cartões nem cheques. Tentando adubar minhas folhinhas com um cardápio complementar de muito sol, fui até meu banco e tirei dinheiro de uma das cinco caixas, depois de tentar três que estavam em manutenção em plena manhã do dia seis,quando todos pegam seus salários.
Minha mente já estava pegajosa o suficiente para engolir qualquer animal que pousasse na minha frente,mas guardei meus sensiveis pelos não devidamente adocicados e voltei para casa.
Com medo do resto do dia, fiz o que nunca faço.Com um prato enorme de comida humana,fiquei em frente a televisão assistindo um filme qualquer.Quando comecei a me interessar pelo assunto, um vendaval que assolou a cidade, desligou  o sinal da rede e sem nada para assistir,fiquei observando pela janela,algumas telhas voarem pelo ar.
Era o fim dos tempos.Pelo menos para quem perdeu as telhas .Mais tarde encontrei pedaços delas no meu quintal.Por coincidencia, eram do meu telhado.
Passei o resto do dia catando pedaços do telhado pelo chão do quintal, da rua e da casa do vizinho;encharcada e gelada .
Da próxima vez que perder as meias durante a noite,não importa o tamanho da preguiça,vou levantar e colocar outra,ou então mais racionalmente,amarrá-las aos pés.Sera?




10 comentários:

  1. Há dias e dias, minha querida... E noites e noites! rsrs Mas, veja pelo lado bom: sua noite e seu dia regidos pela Lei de Murphy, ao menos, renderam um ótimo conto! :-)

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  2. Meu Deus, que dia Eva!
    Caramba, deu tudo errado... e concordo contigo, pelo amo de Deus, comecar o dia sem tomar café, me deixa doida!!
    Será que tem a ver com o perder das meias dormindo?? Vixi, vou ficar atenta tbm :-)

    Bjs queridaaaaaaaaaaaa

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  3. Puxa Eva... tb fico ensandecida qdo perco as meias a noite... às vezes mesmo tentando achar não consigo, o olho não abre... e este café hein... nem ligava tanto pra ele, mas depois do casório minhas manhãs são bem melhores com seu aroma e sabor... hábito adquirido...
    Sobre o seu dia??? Como disse a Rosa... rendeu um belo conto... o outro lado da moeda... rs...
    E a pizza de setembro... esta tem que acontecer... vc sabe de algum lugar que tenha pizza com massa integral... ando de olho nisso............
    Qto ao friozinho.......... AMOOOOOOOOOO!!!
    Bjssssssss!!!

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  4. EVINHA!já passamos juntas alguns dias assim não é minha amiga?Dei boas gargalhadas deste lado imaginando você catando pedaços de telha hahahahah.Liga não dias ruins passam.Amei sua história.Beijos
    Marilia B.Lima

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  5. eva, querida,
    e tem café melhor do que o à moda antiga???



    rsrs

    um ótimo fds pra ti.
    bjs.

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  6. verdade Rosinha,esqueci da famosa lei de Murphy rsrsrsrs,depois que passa é só risada mesmo.
    Nina,pelo sim pelo não,prega a meia nos pés rsrsrsr.
    Obrigada Andrea...e vamos a pizza sim.
    Marilia,quando vc vai aprender a postar hahahahahah...como posso esquecer esses dias??nem pensar.
    fernand´s...não tem café melhor mesmo,mas com borra amanhecida,ninguém merece urgh...rsrsr..bom final de semana para todos beijokas

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  7. kkkkkk

    Esse foi um dia para riscar da folhinha....rsrsrs

    Tem que dormir com aquelas meias de dedinhos, são mais dificeis de sair.E acordar sem um cafe feito no coador, realmente não dá.

    bjo

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  8. Também nao posso deixar de tomar café logo cedo... mas em dias assim é que mostramos o nosso potencial em "dar a volta por cima", depois de muita telha catada hehehe
    Gostei muito!

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Ei, flor, dei boas risadas, apesar de tudo: da perda das meias, o azedume, as telhas... Ótimo texto,cheio de humor. Bjokas.

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