domingo, 28 de março de 2010

E as batatinhas?

Vivemos isoladamente de forma que o problema de outrem não nos diz respeito. Nem sequer equacionamos a questão.Não interagimos com o  que não nos incomoda  de uma  forma direta . Estamos atentos àquilo que  interfere  de  imediato em nossa comodidade diária , por isso estamos sozinhos, andamos sozinhos e pereceremos sozinhos.
As massas se formam quando existe uma comoção pelas atitudes, totalmente disformes dos padrões de conduta a que estamos condicionados.
Os casos e descasos governamentais já estão assimilados e adicionados ao nosso contexto de leitura política esperada, portanto,não nos afligem mais...acabamos aceitando...
Quando aceitamos, compactuamos.
É difícil deixar o conforto e o bem estar a que estamos acostumados,para tomar alguma atitude.Ela requer mudanças no nosso comportamento, e depois de um dia de trabalho o que mais queremos é o aconchego do sofá, e nossas batatinhas fritas em frente à televisão.
As notícias nos causam impactos diversos, e até mesmo lágrimas,  o nosso soluço  é interrompido por alguém que pede esse mesmo prato de batatinhas que está a nossa frente, e a conversa sobre a nova viagem no final de semana discorre naturalmente .
Numa estação de rádio, um juiz disse que a voz do povo pode fazer mudanças quando se faz ouvida.
As muralhas de Jericó não cairiam se um de cada vez fosse à frente daquela imensidão de pedras e desse um grito ou tocasse a trombeta. Todos em uníssono fizeram com que não ficasse pedra sobre pedra... Ai esta nossa força para mudarmos.
Não podemos atuar nesta vida como um solipsista,que acredita que a única realidade cognoscível é o Eu,e que basta deixar de pensar que o problema deixa de existir.
Somos seres pensantes,estamos em construção e precisamos de materiais de qualidade para fortificar nosso alicerce e leis que não permitam que um bom edificio venha a ser corroido pela ferrugem  da corrupção.
Mas a indiferença com que olhamos para os problemas alheios,sem dúvida ,é a maior arma contra o nosso progresso como povo.
O que podemos fazer?
Não sei...me passa as batatinhas,por favor?

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