domingo, 20 de junho de 2010


carta para Ricardo II            

Eu não sabia que seria para sempre, não supunha que doesse tanto, não imaginava que a saudade pudesse alcançar esse grau na escala dor. Pensei que fosse um sonho, um amargo pesadelo, um lapso no tempo, um devaneio louco. Sentia-te tão presente, que meu corpo se aquietou, não te via com os olhos, mas plenamente com o meu espírito.Pensei ter-te em casa pelos quartos sorrindo,pensei ouvir sua risada no quintal,sua alegria no jardim,mas eram puros espasmos que meu coração jogava para driblar comigo na minha imaginação

Passou tanto tempo, mas todas essas emoções ficaram guardadas, prontas para serem desaprisionadas das minhas lembranças. Mas assim tão tarde, alguém irá entender?
Meu querido, minha saudade, minha solidão, meu desalento, minha esperança e minha vida.
Meu moleque, meu menino, minha criança meu filho.
O que leva uma mãe a suportar tal separação?
Claro que os anjos, com ternura e acalento vêm nos fazer companhia, e em sussurros nos contam:” está tudo bem”.
E assim vou seguindo, com choro e risadas, lembranças e saudades, mas também com a enorme alegria de ter sido sua mãe.
Parabéns meu menino, a dor não suplantará a esperança, nem a saudade a certeza, de que esse começo é apenas uma prévia do que será o novo porvir.
Espere por nós querido, na entrada do portal, onde a luz é tão radiante que nos fará brilhar e poderá nos mostrar o caminho que nos levará a usufruir da  sua eterna companhia

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