Pequeno, franzino, maltrapilho, já tomava conta de uma família. Eram andarilhos, daqueles que vagam pelas ruas pedindo esmolas.
Um biscoito, um pedaço de pão, alguma coisa velha.
Com seu sorriso tímido e seu irmão pequeno no colo,seguia sua mãe pelas ruas ensolaradas,e ao mando dela, vinha correndo pedir alguma coisa para comer,sempre que me via chegando ou saindo de casa.
Com seu sorriso tímido e seu irmão pequeno no colo,seguia sua mãe pelas ruas ensolaradas,e ao mando dela, vinha correndo pedir alguma coisa para comer,sempre que me via chegando ou saindo de casa.
Sabia que não era muito correto dar esmolas ou coisas que fortaleçam o modo vago de levar a vida, mas ver aqueles meninos descalços nas ruas me doía. Um pouco de leite, bolo, macarrão, das muitas vezes que eles me procuravam eu doava. Outras vezes não atendia por não querer incentivar a vida de mendicantes.
A mãe, uma jovem com quatro filhos para alimentar.O bebê nos braços e os outros três que mandava ralar pelo bairro todos os dias depois das aulas, sentavam na calçada e dividiam o que ganhavam. Fuçavam os lixos e levavam tudo pra casa.
Ontem foi diferente. Deslizando num barreiro profundo, um deles não conseguiu se safar, e pro fundo da lama ,submerso numa água turva e suja,deixou seu pequeno corpinho e partiu.
A mãe, sozinha com o bebe nos braços, andando um caminho longo da volta do enterro do seu filho, com toda sua pobreza miserável, com a cara sofrida, sorriso estrangulado pela dor na garganta, parou no meu portão e disse: _Dona! tem coisa pra dá? Antonio morreu, fui enterra ele. E sem dizer coisa com coisa foi embora.
Fiquei parada olhando para o portão. Com a cara alagada pelas lágrimas, por essa mãe já sem nada, pelos irmãos que ficaram, pela sentença que sua vida vestiu, pela sua dor e pela minha que desafogou.
Vou me lembrar de Antonio pedindo pra tia um biscoitinho pro irmãozinho, cada vez que um pedinte aparecer aqui na rua,e sei de uma coisa...por muito tempo vou chorar.
Oi Eva... ai.. chorei =/
ResponderExcluirchorei pq é a realidade de muitas vidas.
chorei pq sei que isso acontece diariamente.
chorei pq muitas pessoas sao tão frias, estao tão cauterizadas que nao sentem nada.
chorei pq não existe o amor ao proximo.
chorei pq ngm ve cristo em seu proximo.
beijos Eva... lindo post, como sempre!!!
Kati...obrigada pela visita....a realidade me faz chorar também e muito...mas ver a mão divina estendida ,acalenta qualquer dor.beijokas para vc
ResponderExcluirMe dói o fato dos filhos pagarem pelos erros de pais sem a menor instrução.
ResponderExcluirMe dói ser testemunha de uma infância roubada, de um amadurecimento forçado que muitas vezes brutaliza quem só devia sorrir.
Me dói ver o descaso e desprezo dos que vêem isso e já não se apiedam de coisas como essas.
Me dói mais ainda saber que estamos longe disso tudo acabar.
Eu também ajudo sempre que posso, mas sei que não consigo ajudar todo mundo e isso também me dói.
Oi Ana....... dói mesmo .As pessoas estão se tornando imunes aos sofrimentos alheios,o que gera mais indiferença.Fazer o que está ao nosso alcance ajuda e muito,mesmo que não resolvamos os problemas do mundo.Mas concordo com vc....dói.
ResponderExcluirobrigada por sua participação aqui...beijokas